"Onde reinam intenções honestas,
mal entendidos podem ser curados
com rapidez e eficácia."

4 de junho de 2011

Coisas, Panos e Pets

Minha mesa de trabalho!

Fiapo, deitada ao meu lado enquanto confecciono "mug rugs"

A principal motivação para a criação do blog coisasepanosdabeth foi mostrar os trabalhos manuais (hoje ditos artesanais) feitos por três gerações de mulheres da família. Avó materna, mãe e eu. 
Alguns posts seriam dedicados aos pets aqui residentes. Ultimamente, os pets estão “impondo” suas histórias e sou chamada apenas quando eles estão com preguiça para escrever.
Sendo hoje o primeiro dia de frio intenso do outono, a Hauskatzen está fechada e os residentes estão todos embolados dormindo sobre suas almofadas.
Eles gostam muito quando estou envolvida na confecção dos “panos”, parte do blog, fato facilmente comprovado nas fotos que abrem a postagem.
Minha avó materna, Lydia pouco conheci. Tinha cinco anos quando ela partiu, aos 54 anos. No entanto, cresci ouvindo sobre a mulher, mãe, dona de casa, amiga maravilhosa e, vi o cuidado que minha mãe sempre teve com os poucos trabalhos e objetos que a ela couberam na partilha. Algumas coisas se perderam durante minha juventude, a maior parte descartada por mim, do que hoje me penitencio. Vinte e poucos anos, nos anos setenta, considerava meras velharias.
Mas, minha mãe, soube conservar algumas coisas, as quais hoje rendo minha devoção.
Máquina de costura da avó, hoje aparador na sala
Mimi  na máquina fechada
Muitas roupas foram costuradas por minha avó nesta máquina, acredito que mais por obrigação das donas de casa dos anos 30 à 50 do século XX, que por prazer. Ouvi que seu "forte" era o tricô, em peças de vestuário e de decoração. Abaixo mostro fotos de uma toalha com formato oval, mais ou menos 1,10cm por 0,80cm, tecida com cinco agulhas e linha muito finas, a linha, mais ou menos com a espessura de linha para pesponto.
Ponta da toalha

toalha tricotada inteira

Centro da toalha, onde foi iniciada
Do crochê, dizem que vovó não gostava muito, mesmo assim, as luvas abaixo, foram por ela crochetadas, também com linha finíssima.
E os trabalhos feitos por minha mãe? Outro dia mostro e conto as histórias.
Os meus, assim como os "mug rugs" (descanso para canecas) continuarei mostrando, assim que forem confeccionados. Estão em andamento, um panô e uma capa para bombona de água mineral para a casa da filha.
Francisco auxiliando a montagem do panô
Desejo ótimo domingo para todos, espero que a meteorologia "erre" na previsão de geada porque cuidar da Hauskatzen no frio, sem ajudante é complicado. Mas, eles merecem sua casa limpinha e arrumada!

3 de junho de 2011

Primeira gata órfã - APITO

Após a morte do Astor, passamos um período sem gato "fixo". 
Alguns gatos adultos apareciam e iam embora, apenas vinham passear, recebiam carinho mas tinham "família".
Na última década do século passado, Aline estava em seu quarto estudando, 

ouviu um ruído em frente à casa, pensou tratar-se de uma criança com um apito e isso estava perturbando sua concentração. Saiu para fora pronta para ter uma "conversa" com a suposta criança. Ao retornar para a sala, apresentou-me a "fonte" do ruído: uma gatinha recém nascida, olhinhos fechados e ainda com coto umbilical.
Não é a Apito mas o tamanho era esse
 Naquela época em Carazinho havia apenas uma médica veterinária. Quando viu o gatinho disse: "não conseguirás criar, mas, em todo caso, tente dar leite com seringa e aguarde". Assim foi feito e, mesmo com mais de um mês em diarréia constante, experimentamos a satisfação de salvar uma linda gatinha que recebeu o nome de "Apito" e acreditava ser minha "filha legítima". Viveu apenas cinco anos, na cirurgia de castração, entrou em coma e após três dias morreu. 
Enquanto Apito reinava na casa, a filha ganhou uma gata, que teve várias gatas e gatos que também tiveram muitos filhotes e assim, iniciou a Hauskatzen, embora ainda sem esse nome, outros tempos, muito difíceis emocional e financeiramente.
Um conselho: em cidades onde não há serviço público (gratuito) de castração, pessoas sem condições financeiras adequadas, não devem adotar animais de estimação que não estejam castrados. Falo por experiência própria!

Histórias de gatos e família

Belo prometeu ontem que hoje eu contaria a história do Francisco e da Fiona, mas resolvi, falar antes de outros gatos que conviveram conosco.
Meu amor por gatos é inato. Sempre fizeram parte de nossa família, normalmente um só e eventualmente dois. O nome do gato da minha infância era Pingo. Na época morávamos, meus avós no andar térreo da casa e meus pais, irmão e eu na parte superior.
Pingo era um gato à antiga, possuía liberdade, comia o mesmo que os humanos e mais o produto de suas caçadas. Certa vez, meu irmão, cinco anos mais velho resolveu experimentar a veracidade de que "gatos caem em pé".Amarrou-o a um aparato, semelhante a um "paraquedas" e deixou o gato cair de onde hoje é a área externa da "Hauskatzen". Pingo caiu em pé, desvencilhou - se do suposto "paraquedas" e saiu andando como se nada acontecera. Tendo presenciado, não recordo mas, cresci ouvindo a história.
meu irmão e eu


Do Pingo não encontrei fotos mas,  acima uma do mano e eu mais ou menos na época da "experiência".
Na adolescência até o casamento, muitos gatos passaram pela família, sem registros fotográficos. Gatos eram gatos, iam e vinham, era época "sem stress".
Após meu casamento, o primeiro gato adquirido (primeiro e ÚNICO animal comprado) foi um siamês seu nome era Astor. Naquele ano, 1981, aprendi que gatos não combinam com crianças pequenas. Primeiro "ato" do filho, de dois anos, foi arremessar o gato contra um armário, provocando o desmaio do gato e minha primeira experiência de pavor com bichinho machucado.O segundo episódio marcante tendo o Astor como protagonista foi com a filha. Aline sempre foi muito carinhosa e cuidadosa com os animais e, uma tarde resolveu passear, com Astor na coleira e a guia presa no seu "short". Astor era dado a faniquitos, sem mais nem menos, avançava nas pernas das pessoas e arranhava; era traiçoeiro.
Gato agressivo (imagem da internet)
 Com a Aline foi diferente, o faniquito do gato foi grave e ele estava preso ao corpo dela. Ela foi arranhada e mordida nos braços, mãos e barriga (algumas cicatrizes ainda são visíveis). Mas deu tudo certo, Astor viveu muitos anos conosco, até receber uma "dose" fatal de estricnina.

2 de junho de 2011

Hauskatzen - Amora

Belo
Sendo o gato mais "falante" da casa, e conhecendo a história, contarei hoje a da Amora 


Amora era minha parceira já no Gatil da Associação e veio para cá também na valise grande. Ela era muito linda, tinha os pelos longos, a carinha redonda e de porte pequeno. Muito carinhosa, era doentinha quando chegou, mas foi bem tratada e ficou saudável.
Quando chegamos na casa da Beth, a situação financeira da família era um pouco complicada e aí as castrações foram ocorrendo aos poucos, primeiro os meninos e depois as meninas. 
Amora entrou no cio e todos os esforços possíveis foram feitos para que ela não saísse de dentro de casa. Mas, gatas são muito ágeis e quando decidem sair elas saem. Certo dia, ela não parava de berrar (chamando namorados) e foi presa num banheiro com a janela fechada. Pois abriu a janela e pulou. Detalhe, a janela fica a mais ou menos quatro metros de altura do chão.
Durante uma pequena viagem da Beth para Novo Hamburgo, Amora entrou em trabalho de parto e Ana "fiel escudeira" levou-a para uma clínica veterinária, onde fizeram uma operação cesariana na Amora e ela, pobrezinha, não resistiu à anestesia e partiu. Os dois filhotes nascidos na cirurgia, foram cuidados  nos dois primeiros dias na clínica onde nasceram. No terceiro dia de vida deles, Beth retornou e assumiu o cuidado dos bebês. O menino recebeu o nome de Francisco e a Menina é a Fiona. A história deles a Beth contará porque eles não ficaram junto aos outros gatos e então não sei como foram os primeiros meses. Atualmente a Fiona está morando na Hauskatzen e o Francisco, é o eterno "bebezão", mas, deixa prá lá, não quero falar nele. Não é ciúme, é apenas uma pequenina mágoa porque quando ele cresceu um pouco, fui colocado na Hauskatzen e ele ficou na cama da Beth. 

1 de junho de 2011

Hauskatzen - Zóio


Sou Zóio, embora faça parte da espécie felina,  detesto gatos, gatas e filhotes. Cães suporto, desde que não cheguem muito perto. 
Cheguei aqui, dentro de uma valise, com mais sete gatos. Quando Beth viu minha situação e o diagnóstico do veterinário quase teve um chilique. O Dr. queria "extrair" meu olho esquerdo e costurar a pálpebra porque o que tinha no lugar do olho era uma coisa melecada, sangrando, muito feio. Mas, a Beth não deixou e delicadamente, começou lavar o local com chá de calêndula, várias vezes por dia. Aos poucos foi melhorando a aparência e, uma veterinária amiga dela, sugeriu uma pomadinha que é usada nos olhos dos humanos, cujo nome é Epitezan e meu olho, embora não enxergue com ele, hoje está igual ao outro, só a cor ficou diferente. Sei que humanos não gostam e não devem citar nomes de medicamentos, mas sou uma gata e só quero ajudar.
Sou muito feliz atualmente porque o "pavor" que tenho de gatos, fez com que Beth permitisse eu morar no atelier dela. Minha casa tem de tudo: caminha, água, ração e até bandeja com areia sanitária. Não preciso colocar minhas patinhas no chão. Quando tem sol, adoro deitar na janela! 


Dentro da minha casa, em duas portas, são guardados materiais para artesanato e, nas outras duas, ração, areia sanitária e outras coisas que não sei para que servem.
Sabem, adoro a Ana, a "fiel escudeira" da Beth. Quando ela vem limpar minha casa, literalmente "babo" de felicidade. Dizem que gatos não fazem isso, mas faço e um dia ainda deixarei filmarem a cena.
Por favor, não pensem que estou mostrando a língua para vocês, a Beth fotografou na hora em que estava jantando e assim pareço mal educada. 
Sou uma boa gatinha, mas detesto veterinários.Quando fizeram minha castração, quase destruí o consultório e as mãos do doutor... heheheh! 

31 de maio de 2011

Hauskatzen - Belo

Hoje, brindarei os leitores do blog da Beth com minha história. Incluirei também meu "finado" irmão, o Lindo porque viemos juntos morar aqui na Hauskatzen.
O início da minha vida não lembro, recordo que quando tinha mais ou menos seis meses, fui deixado, com meu irmão, no gatil de uma Associação que cuida de animais abandonados.
Era um lugar muito ruim. Lembro que um cuidador voluntário tentou fazer uma espécie de casinha para os gatos, mas não deu muito certo. Era muito úmido e frio e todos os moradores ficaram doentes. Lindo e eu ficamos pouco tempo lá e assim nossa saúde não ficou comprometida.
Certa tarde, chegaram umas pessoas com uma valise bem grande e entraram no gatil. Coitadas, não era possível um humano ficar em pé lá dentro porque o telhado estava a mais ou menos um metro e meio do chão. O cuidador, que falei antes, estava junto com duas mulheres (uma delas era a Beth) e disse para ela que meu irmão e eu merecíamos sair dali antes de ficarmos doentes. Vapt vupt fomos para dentro da valise. Os outros gatos, ficaram com medo e, não queriam serem pegos. Era um tal de "fuuuuu" prá cá e "fiiiiizzz" prá lá até que mais seis foram capturados.
Dali fomos direto para a casa da Beth e nos trancaram  num quarto. Era bem legal, seco e quentinho. Logo chegou o médico veterinário para nos examinar. Lindo e eu só recebemos vermífugo porque estávamos bem.
éramos assim logo ao chegar
Dos oito que vieram, só quatro sobreviveram. Fomos castrados, Lindo e eu,  mas quase morri, recebi muito anestésico e por pouco não passei para a Ponte do Arco Íris. Sempre fui tranquilo, gosto muito da Beth e sei que sou o "preferido" dela. Já o Lindo, era fujão e terminou morrendo atropelado.
Fazem uns dois anos mais ou menos, a Beth viajou sem nos avisar. Não disse se demoraria e então decidi não comer enquanto ela não voltasse. Falei para os parceiros que faria isso prá comover a Beth. Pois bem, passaram um, dois, três dias e nada de ela voltar. Os amigos diziam, "come Belo, a Beth volta logo"... Mas fiquei muito chateado por ela não ter dito tchau e dado um beijinho no meu focinho. Aí, terminei deprimido e tive aquela doença chamada lipidose hepática felina. Quando a Beth chegou, uma semana depois, eu estava magro e com as mucosas amarelas. Vou contar um segredo da Beth: ela prometeu para todos os gatos da casa que nunca mais deixará um animalzinho que more com ela ser picado por agulhas a não ser nas cirurgias de castração e vacinas. Então quando fiquei doente ela conversou comigo, começou a me obrigar tomar algumas gotinhas de soro caseiro,  no começo, era só um algodão molhado no soro passado na minha boca. Foram mais dez dias sem comer ou beber nada, a não ser o soro caseiro em gotas. Aí, depois de ter gasto umas seis vidas, voltei a lambiscar a água e de repente a ração molhada apeteceu e fiquei bem. Agora, antes de viajar a Beth conversa comigo e fico numa boa!
Gosto de fazer companhia para as meninas da Hauskatzen e elas me adoram, sempre estão ao meu lado.
Fiona e Chata deitadas comigo
Na foto acima é possível perceber quem é o líder!

30 de maio de 2011

Quintal, roupa no varal!

Dia bastante atribulado. Supermercado, agropecuárias (negociando preço da alimentação pet), farmácia veterinária, as pulguinhas estão atormentando os gatinhos pequenos. Mas está sendo resolvido.
Decidi parar de reclamar do frio, obriguei-me a desentocar as blusas de inverno, aproveitando para lavá-las.
É maravilhoso um quintal onde estender as roupas na "corda", o sol batendo forte, cheirinho de limpeza, muito bom.
Num "tiquinho" de distração Tita pegou da bacia uma blusa, levou para sua casa e deitou em cima. Enquanto busquei a câmera, ela saiu da casinha, mas ficou o registro parcial. 
Estando com a câmera na mão, resolvi fotografar algumas árvores  do quintal. O limoeiro, na sequência de fotos, foi plantado por meus avós maternos há mais de cinquenta anos.


 A laranjeira, também plantada pelos avós, contrasta a abundância de folhas e frutos, com a amoreira quase desfolhada. A natureza é maravilhosa, parece impossível uma árvore quase seca, em poucos meses renascer e ofertar amoras deliciosas, rendendo geléias, sucos e principalmente a oportunidade de saborear os frutos sob sua sombra. 
Para não dizer que abandonei os gatos, eis uma foto da Manchinha, numa soneca ferrada dentro da copa do meu chapéu!

29 de maio de 2011

Gatos - Confinar ou Liberar

Ontem escrevi sobre os aposentos dos gatos aqui residentes. Quem leu, entendeu que o espaço é bom, arejado, ensolarado e parcialmente seguro.
A segurança é parcial porque sempre alguns conseguem escalar a cerca a arriscar uma saidinha.
Nino Mancha  ensaiando a escalada

Mimoso iniciando a escalada
Gatos são exploradores, caçadores e curiosos. Notaram alguma semelhança com adolescentes? Pois é, estive pensando sobre isso e concluí que assim como os adolescentes correm riscos, e nem por isso são confinados em casa, gatos, guardadas as devidas proporções, também é impossível impedir certa liberdade.
Parece que estou vendo algumas e alguns amigateiros recriminando. Não estou falando em abrir portas, portões, janelas e cercas. Também não recomendo que alguém que more em apartamento deixe de colocar telas ou redes nas janelas. Mas, convivendo com quase três dezenas de gatos é praticamente impossível conter todos.
Nino Mancha (com 4 meses)
 Para chegar sobre a janela ele pulou, agarrou-se à cortina (é presa na janela) e empoleirou-se ali. Na foto abaixo ele e a mãe Dulce estão do lado de fora da janela dormindo. Saíram pela mesma onde ele está espiando para dentro.
Nino Mancha, agora com nove meses, já castrado, estava morando nos aposentos da Hauskatzen, mas, malandro como é, passou uma noite fora, justamente a noite dos envenenamentos. Mas, voltou e por enquanto está preso, no regime fechado. Será por pouco tempo porque decidi que manterei as grades, telas e portões fechados mas, quem quiser arriscar pode sair um pouquinho até entender que aqui tem caminha quentinha, ração e água fresca e os corações e braços humanos abertos para os receberem com muito amor!
Lelo pronto para o passeio diário
             São Chico que os proteja!