Pensei que nossa humana hoje iria me levar pra ACAPA. Ela ficou furiosa comigo logo cedo, quando foi, de camisola, croks e guarda-chuva, pegar a Zero Hora no jardim. A coitada pensou que eu não iria pra fora na chuva e deixou uma fresta da porta aberta.
Ai que delícia de chuvona, fui correndo comer umas graminhas gostosas, mas ela não deixou. Foi lindo ver, ela me colocava pra dentro e enquanto tentava fechar o guarda-chuva eu fugia novamente. Isso se repetiu quatro vezes e quando finalmente entrei estávamos as duas molhadas, bem bom mas a chata disse que iria me levar pro abrigo, que sou muito metida
e outras coisas mais feias.
Por isso, quando vi aqueles dois galhos de cipreste pendurados na lareira e ela com uns enfeitinhos daquelas lojas populares, (12 por R$2,00) percebi que meu pelo estava salvo.
Além de não me mandar pro abrigo ainda se dispôs a fazer uma árvore pra nós.
Mas é uma coisa sem graça, bem diferente daquela que está na sala da frente, o que achas Nino, vamos arrancar esses enfeites, quem sabe ela nos deixa brincar com a outra, que tem luzinhas.
O Nino, puxa saco, logo foi dizendo: ah, deixa assim, até que esses tambores coloridos e dourados não estão feios
e tem até gosto bom...
Nino, convenhamos, podem não ser tão feios, mas gosto bom até aí já é demais.
Olhe que interessante, ela fez um cordão cheio daquelas coisas que as fêmeas humanas colocam nos cabelos
pra segurar os rabinhos.
Vamos brincar de cabo de guerra!
Terminou com nossa alegria, amarrou nos galhos, agora só tem uma ponta, como vamos brincar?
Perdeu a graça... e agora ainda vem essa Nausy fiscalizar nosso brinquedo.
Espera um pouco Grisi, vou tentar arrancar tudo.
Acho que não dá, a Nausy vai contar pra ela que fui eu e aí
ela me abraça até eu rosnar.
Ô vida difícil a nossa, pobres gatinhos.